sexta-feira, 3 de junho de 2011

Polícia prende idoso suspeito de molestar criança de 10 anos

Rafael Passos - Estaminas

Publicação: 02/06/2011 20:04 Atualização:

Um idoso foi preso no final tarde desta quinta-feira, no Bairro Taquaril, Região Leste de Belo Horizonte, suspeito de molestar uma criança de 10 anos. Informações da Polícia Militar dão conta de que Sebastião de Lima, de 68 anos, abordava a menina na rua e a levava para casa dele, onde teria praticado o crime sexual.

À polícia, a vítima contou que era molestada com freqüência pelo homem, que, no entanto, negou e disse que tudo acontecia com o consentimento da criança. Nesta quinta, o idoso teria convidado a garota para ir a residência dele e oferecido a ela R$ 1.

Nesta quinta, a menina passou a tarde toda fora de casa, o que chamou a atenção da mãe dela, que resolveu acionar a polícia. O homem foi preso em casa e levado para o Seccional Sul.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Idosa é agredida e vítima de tentativa de estupro no interior de SP

'Eu dei uma de morta para ele poder me soltar', diz mulher de 82 anos.
É o 3º caso de violência contra idosos em menos de dez dias na região.


Uma idosa de 82 anos foi vítima de agressões e de uma tentativa de estupro na madrugada do domingo (29) em Pederneiras, interior de São Paulo. Adalgisa Peixoto dos Santos voltava de um baile de forró quando foi surpreendida por um homem em frente à casa dela. É o terceiro caso de agressão a idosos neste mês na região de Bauru.

A vítima diz ter levado socos, chutes e mordidas do agressor. Os amigos ficaram revoltados quando viram Adalgisa ferida. De acordo com os parentes, ela foi agredida em um terreno que fica a 150 metros da casa onde mora.

A família registrou boletim de ocorrência por agressão e tentativa de estupro. O agressor, identificado pela própria vítima, ainda não foi encontrado.

"Ele disse que se chamasse meus filhos ou a polícia ia me matar. Eu dei uma de que estava morta para ele poder me soltar", afirma a idosa.

O filho e o neto ficaram emocionados quando viram a idosa. "Quando cheguei à casa dela, ela estava seminua, só de calcinha e sutiã e toda machucada", diz o filho da vítima, Orivaldo Peixoto dos Santos. "O homem a pegou pelo cabelo, atravessou a cerca e a arrastou até onde aconteceu o fato", conta.

No dia 23, uma mulher e uma adolescente foram presas em São Manuel e confessaram ter agredido uma mulher de 89 anos. Uma delas, que desde o dia 24 estava presa em Cerqueira César, fugiu da cadeia no domingo, mas foi recapturada.

No dia 28, um homem foi preso em Itapuí, também suspeito de agredir e deixar a própria mãe, de 80 anos, sem comida.

Comissão Especial do Idoso propõe a criação de uma Delegacia especializada para atender os idosos

Correio do Brasil
31/5/2011 17:17, Por Acessa

Jorge Júnior
Repórter

A criação de uma Delegacia especializada para atender os idosos foi proposta nesta terça-feira, 31 de maio, pela Comissão Especial do Idoso. “Temos que seguir os modelos de outras cidades, em que a Delegacia já existe,” enfatiza o vereador Isauro Calais (PMN).

A proposta da ampliação do Fórum de Juiz de Fora, com vara especializada do idoso, como garantem os artigos 70 e 71 do Estatuto do Idoso, também foi apresentada pela Comissão. Outras ações como a criação de um centro de atendimento a idosos vítimas de violência e a implantação de uma clínica de tratamento para dependentes químicos também foram sugeridas na reunião. “Além de agilizar o serviço, essas ações vão ser uma referência para os idosos da cidade,” destaca Calais.

Os projetos foram apresentados em decorrência do número de casos de violência contra os idosos. A Polícia Militar mostrou dados registrados ao longo de 2010 e os números referentes aos quatro primeiros meses de 2011 (ver tabela abaixo). “Precisamos capacitar os profissionais da segurança pública e fortalecer a rede para dar mais apoio aos cidadãos”, diz a sargento do 4º Batalhão da Polícia Militar, Sandra Oliveira Ramos.

Dia Municipal do Idoso é comemorado com a instituição da Comissão Especial dos Idosos em JFComissão especial inicia trabalhos por direitos dos idososBanco de Leite comemora 20 anos contabilizando atendimento a cerca de quatro mil crianças

A coordenadora do Centro de Referência Especializado deAssistência Social (Creas) Idoso Mulher, Maria Cláudia Siqueira Dutra, apresentou dados da entidade. “Em 2009 foram 212 denúncias registradas, 186 em 2010 e em 2011 já foram contabilizadas 83.” De acordo com a percepção dos membros da comissão, a violência acontece no próprio lar e, na maioria das vezes, os autores das ações são os filhos e netos do cidadão.

Casos de violência registrados pela PMViolências registradas contra os idosos Ano 2010 Ano 2011 (até maio)TotalVítimas fatais7428102Lesões leves559255814Outras lesões15871229Vítimas de ação criminal cível284112594100Empréstimos consignados

A facilidade dos empréstimos consignados também foi discutida na pauta. “Tem que haver um trabalho em cima das instituições financeiras. A oferta está muito grande, o que acaba estimulando os aposentados a fazerem o empréstimo”, diz a representante da Associacão dos Aposentados e Pensionistas das Autarquias do Brasil, Dilva Araújo Porto Leme. “Temos que proibir as propagandas nas ruas, afixar cartazes informativos, porque a maioria dos empréstimos são solicitados pelos netos ou filhos dos aposentados”, constata Maria Cláudia.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Com mais de 20 milhões de idosos,

Instituições públicas e privadas abrigam 83 mil e mulheres são maioria, diz Ipea

Carlyle Jr., do R7, no Rio.

Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgado nesta terça-feira (24), revelou que o número de instituições públicas que abrigam os idosos não acompanha o crescimento da terceira idade, que já chega a mais de 20 milhões de pessoas, segundo o Censo de 2010. No Brasil, funcionam 3.548 asilos (públicos e privados). No entanto, a pesquisa mostrou que o governo, nas esferas municipal, estadual e municipal, tem apenas 218 asilos em todo o país.

O governo federal tem apenas uma instituição para os idosos, o Abrigo Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que atende 298 pessoas. O estudo apontou que mais da metade das instituições brasileiras, 65,2%, são filantrópicas. E a contribuição do setor público representa apenas 22% das receitas desses lugares.

A pesquisa concluiu que os asilos brasileiros são mantidos pelos recursos dos idosos ou de familiares, mesmo as filantrópicas que recebem financiamento público. O Estatuto do Idoso estabelece que as instituições podem contar com até 70% do valor do benefício da aposentadoria.

Cerca de 83 mil idosos vivem em asilos no Brasil, informou o estudo, que também apontou que as mulheres são maioria nessas instituições. Mas, de acordo com Ana Amélia Camarano, responsável pela pesquisa do Ipea, esse número ainda é muito pequeno se for considerar o número total de idosos no país.
Responsabilidade do Estado
Para ela, muitos idosos precisam de cuidados fora do ambiente familiar, mas a oferta de instituições que oferecem esse tipo de serviço ainda é muito pequena no país. Segundo Ana Amélia, a ausência de uma política estruturada de cuidados formais do idoso, faz com que a família seja a única responsável, sem nenhum apoio do Estado ou da iniciativa privada.
– Eu acho que o Estado tem, sim, que assumir uma posição mais efetiva na criação de mecanismos de proteção e cuidado das pessoas idosas. Porque a capacidade de as famílias desempenharem esse papel está diminuindo ano a ano e, paralelamente, aumenta a demanda e alguém tem que assumir isso. A perda da capacidade para atividades diárias é um resultado decorrente da idade avançada. E o Estado deve se responsabilizar por isso, já que criou a Previdência Social e a aposentadoria por invalidez.

A pesquisadora lembra que a Constituição Brasileira, a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso responsabilizam as famílias por esses cuidados. Ana Amélia destaca que é preciso pensar uma política de cuidados de longa duração para a população idosa brasileira, inclusive porque, segundo ela, a oferta de cuidadores familiares tende a se reduzir nos próximos anos.

- Hoje, as pessoas trabalham e estudam mais que no passado. E essas pessoas não dispõem de tempo para cuidar dos idosos que precisam de cuidados diários e específicos.

Mas ela ressalta que a opção por uma instituição para cuidar do idoso não significa que haverá uma ruptura familiar definitiva A pesquisadora destaca que os asilos são historicamente associados ao abandono familiar e à pobreza. E, nessa associação, está a origem do preconceito.

- Não existem rupturas como se imagina. O idoso deve e precisa manter relações com a família quando está em um asilo.

Ceará tem apenas um abrigo público para idosos

Diário do Nordeste - Publicado em 24 de maio de 2011




O Olavo Bilac, em Fortaleza, é o único existente no Estado, está operando acima de sua capacidade

De acordo com o artigo 3º do Estatuto do Idoso, "é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária". Na prática, no entanto, a Legislação não é cumprida no Ceará.

O Governo do Estado mantém apenas um abrigo público e está localizado em Fortaleza, no bairro Olavo Bilac. O problema é que, devido à grande demanda, ele já excedeu a sua capacidade. A unidade tem capacidade para 99 idosos, mas atualmente está com 110.

O Município de Fortaleza não mantém nenhum. A execução de programas é feito através de convênios com o Lar Torres de Melo e o Dispensário dos Pobres do Sagrado Coração. O problema é que ambos estão lotados.

No último dia 13, o Ministério Público, através do Núcleo de Defesa do Idoso e da Pessoa com Deficiência, entrou com Ação Civil Pública contra o município de Fortaleza solicitando que apresente, num prazo de 60 dias, levantamento completo da situação das Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) e projeto de política municipal para abrigos na Capital.

O município terá ainda que incluir no seu plano de prioridades sociais e no orçamento de 2012, a construção de um abrigo destinado aos idosos em situação de risco, sob pena de multa diária de R$ 10 mil pelo não cumprimento, em favor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Estado do Ceará.

Denúncias

O número de denúncias de violência contra idosos junto à Promotoria de Justiça de Defesa do Idoso e da Pessoa com Deficiência só aumenta. Para se ter uma ideia, em 2006, ano que a Promotoria foi criada, foram 41 denúncias. No ano passado elas somaram 478, o que representa aumento de 1.065%. De 2006 a 2010, foram 1.597 denúncias registradas no órgão.

Ontem, o aposentado Antônio Tarjino Porfírio, 74, foi ao Ministério Público registrar queixa. Ele relata que há cerca de um ano denunciou seu filho, de 37 anos, que, segundo conta, lhe tomou a casa. "Ele quer que eu vá morar debaixo da ponte. Me colocou para fora de casa, quebrou meu guarda roupa e me quebrou todo". Sem ter onde ficar, a saída que restou ao seu Tarjino foi alugar um quarto, que lhe custa por mês R$ 180,00.

O problema é que, quando o oficial de Justiça foi à residência colocar o filho de seu Tarjino para fora, ele não estava. Ontem, o aposentado estava no Ministério Público em busca de orientações de como resolver o seu problema.

O promotor de justiça Nildo Façanha, coordenador do Núcleo de Defesa do Idoso e da Pessoa com Deficiência, relata que, "a maioria dos casos de violência contra o idoso acontece no próprio seio familiar". E o pior é que trata-se de uma violência silenciosa, pois acontece dentro de casa. Ele diz que grande parte das denúncias é anônima, parte de um vizinho ou até do próprio idoso.

Nildo Façanha chama atenção para o aumento da população idosa, que está crescendo em todo o mundo, por isso a necessidade do poder público trabalhar com políticas públicas voltadas para esse segmento da sociedade. "A questão do envelhecimento envolve saúde pública, previdência, mobilidade urbana. Todos essas necessidades não estão sendo acompanhadas efetivamente, o que desencadeia no desrespeito ao idoso, na omissão por parte do poder público, na agressão da família, na omissão da sociedade".

O cenário de superlotação de abrigos públicos e privados para idosos, sem falar nos problemas financeiros que maior parte deles enfrentam, preocupa o promotor de Justiça. Ele diz que "a questão do abrigo do idoso, de violência contra o idoso, não pode esperar para amanhã. O idoso tem que ser agora, é para ontem".

A Prefeitura de Fortaleza, através da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), explica que, de acordo com a execução da política nacional de assistência social, a execução de programas pode ser feita diretamente pelo município ou através de convênios com organizações da sociedade civil.

Cynthia Studart, assessora política da Semas, diz que esse atendimento especializado de alto complexidade é feito pelo Lar Torres de Melo, através do financiamento de 111 vagas, das 240 que a instituição possui. O valor mensal pago pela Prefeitura é de R$ 660,00 por pessoa. O município co-financia mais 30 vagas de mulheres idosas.

LUANA LIMA
REPÓRTER

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ativos e bem-humorados, centenários dão exemplo

domingo, 22 de maio de 2011 7:01-Do Diário do Grande ABC




Os 105 anos, o aposentado João Alves Prestes tem saúde de dar inveja e muita história para contar. Nascido em Bofete, interior do Estado, em 1905, trabalhou em fazenda na criação de animais, na Infantaria do Exército Brasileiro e como servente de pedreiro, já em Santo André, quando se mudou aos 62 anos.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, referentes ao Censo 2010, mostram que pessoas como ele são cada vez mais raras. No Grande ABC, existem 136 pessoas com mais de 100 anos. E o número vem diminuindo, tendência observada no País e no Estado (veja tabela abaixo). Enquanto a população idosa na região aumentou 35,8%, a de centenários teve queda de 57% em comparação com os dados do Censo de 2000.

Para o professor e coordenador do Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Leandro Prearo, os números mostram que há ponto de saturação na faixa etária do idoso. "A expectativa de vida passou dos 74 anos para a faixa entre 80 e 90, mas isso não significa que vai atingir mais de 100 anos", ressaltou Prearo.

O geriatra e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Mauricio de Miranda Ventura acredita que o número voltará a crescer. "Além dos hábitos de vida, outro fator que tem contribuição muito maior para chegar aos 100 anos é a herança genética. O avanço da medicina na saúde do idoso não era o mesmo há 10 anos", explicou Ventura.

Prestes tem nove filhos, 32 netos, 40 bisnetos e nove tataranetos. Mora com uma das filhas na Vila Lucinda e adora usar chapéu, beber cerveja e comer torresmo. Todo mês cobra os filhos para marcar cabeleireiro e manicure.

Ao falar do passado, o aposentado se recorda do período que ficou no Exército, um ano e um mês, quando ajudou a construir a rede de esgoto no bairro onde vive, dos amigos do Interior, do tempo em que andava a cavalo e da festa de aniversário do ano passado. "Tinha muita gente, foi muito bonito", contou Prestes.

Para o filho, Jair Alves Prestes, 62, a saúde e a independência do pai são o que impressionam, além das caminhadas quase que diárias pela rua. "A mãe dele morreu com 98 anos. Os médicos admiram, e eu também, pelos resultados dos exames que estão sempre em ordem."

Com hábitos saudáveis, mulheres são maioria
Dos 136 centenários do Grande ABC, 64 são mulheres. "Ao contrário do homem, a alimentação da mulher é melhor, a frequência ao médico é maior, além do nível de estresse ser mais baixo. Isso faz com que vivam mais", explicou o geriatra Leonardo Brenal da Faculdade de Medicina do ABC.

Aos 103 anos, a aposentada Maria Júlia Ferreira, de São Bernardo, contou que o segredo para chegar onde está é a fé. "Enxergo bem pouquinho, mas não tenho nenhuma doença. Agora tomo remédio para o estômago", contou a mineira, que é devota de Nossa Senhora.

Há três anos, ela vive na Casa dos Velhinhos Dona Adelaide por vontade própria. Com a morte do marido, passou a ficar a cada 15 dias na casa de um dos filhos. "Meus filhos sempre foram bonzinhos, mas achei que era melhor não atrapalhá-los e vim morar na Dona Adelaide. Sou feliz, tenho amigos e sempre vou visitá-los ou eles vêm aqui."

Ativa
Quem olha para a Maria Fernandes Filipim, 102, não imagina que os seus passeios favoritos são ir ao estádio de futebol para ver o Palmeiras jogar, além de ir a restaurantes e barzinhos. Sem falar nas viagens: a última, um cruzeiro, foi realizada em março. "Não fiquei com medo. É bonito que só vendo", relembrou.

Vaidosa e independente, a aposentada vai à manicure todos os sábados. "Não é porque a gente fica velha que não deve se cuidar.".

Quando se recorda do passado, a aposentada não esconde a emoção. "Falar da minha vida é um romance." Nascida em Santo Antonio da Boa Vista, no Interior, conheceu o marido na Fábrica de Tecidos Votorantim. "Minha família era espanhola e a dele italiana. Mesmo assim ele lutou para ficar comigo." A filha, Ivone Filipim, 69, comemora a longevidade da mãe. "Ela não tem doença. Come de tudo e é super ativa."

domingo, 22 de maio de 2011

Cidades investem em "repúblicas de vovôs"


Jornal Umuarama - 22 de maio de 2011.


São Paulo - (Folhapress) - Eles dividem as contas e se revezam nos afazeres domésticos. Tudo como em uma república universitária, não fosse por um detalhe: eles têm mais de 60 anos.
Várias prefeituras do país estão investindo nas repúblicas de "vovôs''. A ideia é oferecer uma opção de moradia a idosos com autonomia física e mental, mas que têm vínculos familiares frágeis e não querem viver sós.
A cidade de Santos foi uma das primeiras, há 15 anos. Hoje, a prefeitura mantém quatro repúblicas, com cerca de dez idosos cada uma. Os moradores decoram o quarto, limpam, cozinham e podem sair a hora que quiser.
"Pode até chegar à meia-noite'', diz o ex-jogador de futebol Cláudio Marciano de Queiroz, 81, morador da república Vitória há dez anos. Na república Bem Viver, também em Santos, a cozinha é de uso livre e a limpeza é dividida por dias da semana. O serviço pesado, porém, fica para uma funcionária.
Divorciado, Mário Vergara, 72, diz que chegou à república, de onde não pretende sair, após se mudar para Santos. Lá, paga R$ 90 de aluguel, luz e água.
Modelo
Do litoral paulista, as repúblicas se espalharam para outras cidades. Em Bauru (SP), por exemplo, uma casa mista deve ficar pronta no segundo semestre. Lá, todos os custos serão cobertos pelo município, que pretende investir até R$ 10 mil por mês.
Para a titular da Secretaria de Bem-Estar Social de Bauru, Darlene Tendolo, a diferença para um asilo está em deixar os idosos cuidarem um do outro. "Não tem um funcionário para dizer: "Está na hora de dormir!''' São José do Rio Preto (SP), Belo Horizonte e Divinópolis (MG) têm projetos parecidos.
Todas abrigam somente "vovós'': em Rio Preto, onde a república foi inaugurada em julho passado, são cinco. BH tem sete, que contribuem com até 70% da renda e palpitam em tudo. Já em Divinópolis são oito, em duas casas.
Em todas as cidades, a seleção é feita por assistentes sociais e o alvo são idosos que recebem até dois salários mínimos. "São pessoas que vieram de lugares diferentes e formam uma família'', diz a coordenadora do projeto em Santos, Celiana Nunes.
Para a presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Cláudia Fló, o benefício desse modelo está em permitir uma vida social.
A gerontóloga também elenca alguns riscos. "Talvez as pessoas que convivem com o idoso na casa não tenham o olhar crítico que os profissionais de saúde teriam'', afirma. Por isso, as prefeituras precisam supervisionar a saúde deles.